2-04072018-minA indefinição na elaboração da tabela de preço do frete para transporte de mercadorias em rodovias continua causando debates calorosos e dúvidas nas transportadoras. Em 30 de maio, foi publicada a Medida Provisória 832/2018, que estabelece o valor do frete mínimo para o transporte de cargas em rodovias. Mas até o momento, as medidas anunciadas pelo Governo não agradaram as partes envolvidas.

Diante disso, houve mudança e revogação das tabelas anunciadas, situação que levou algumas transportadoras a não adotar e descumprir o tabelamento determinado pelo Governo Federal.
Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo e Região, Tayguara Helou, a recomendação do órgão para as transportadoras é que elas tenham suas atividades em conformidade com a lei. “A incerteza tem causado a insegurança jurídica. A recomendação das entidades que representam as empresas de transporte de carga é que lei é lei. E a lei precisa ser cumprida. Então nós estamos tentando orientar, esclarecer, conversar e mostrar para as empresas como é que funciona a tabela, quais os itens de imperfeições, e também estamos tentando entender com as empresas, como que elas estão fazendo para amenizar essa insegurança jurídica que a tabela de frete mínimo está causando”, defende.

Mesmo correndo o risco de serem punidos, alguns motoristas optam por aceitar um valor mais baixo, para não ficarem sem faturamento. Para o advogado especializado em Direito Econômico, José Del Chiaro, as transportadoras não estão dispostas a ter mais gastos com o aumento do frete e isso deve ser recompensado de outra maneira para manter o lucro.

“É sempre assim, o mais fraco paga uma conta. E as grandes transportadoras exploram muito o pequeno caminhoneiro. Ela sempre tem lucro. E a hora que você está explorando o pequeno caminhoneiro, você tem um padrão de referência de pagamento de frete. Então quando ele vai como autônomo, quando ele vai em outras situações, o frete é mais baixo”, afirma o especialista.
A formulação da tabela de valores fixos fez parte do acordo entre Governo e caminhoneiros para tentar pôr fim à paralisação que durou 11 dias no fim de maio. No início de junho, a ANTT chegou a divulgar uma nova tabela. Poucas horas após o anúncio, no entanto, o Ministério dos Transportes informou que ela seria revogada. Segundo a pasta, a decisão foi tomada porque os caminhoneiros reagiram negativamente aos novos valores definidos, voltando a valer o tabelamento divulgado em maio.

Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), com o tabelamento, os fretes tiveram aumentos médios de 25% a 65%. Em algumas situações, os custos de transporte subiram mais de 100%. A tendência, com isso, é que a população perceba um aumento geral nos preços, já que praticamente todo o transporte de mercadorias passa pelas estradas brasileiras.

Além disso, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que enviou parecer ao Supremo Tribunal Federal afirmando que o tabelamento do preço do frete abre margem para a criação de cartel, além de trazer prejuízos à sociedade. De acordo com o documento, o “tabelamento de preços mínimos acaba gerando resultado semelhante ao de uma cartelização”, que seria a padronização dos valores de “agentes que deveriam concorrer no mercado por meio da oferta de melhores serviços”.

Por: Redação Na Boléia

2 comentários sobre “Tabelamento de frete continua indefinido e gera dúvidas

  1. Minha dúvida é km.rodado tem empresa que paga somente o frete de ida .exemplo até na última entregar .ate ali e somado o km não soma a volta isso é correto. Frete só de ida.
    E a volta. Se não Achar frete de volta

    • Maria, obrigada pelo contato. A Editora na Boléia é uma empresa de comunicação, portanto, publicamos informações sobre o setor, mas, infelizmente, não temos detalhes sobre esse assunto.Para te ajudar, sugerimos que você entre em contato com a CNT ou ANTT, que estão envolvidas nessa questão e poderão te ajudar de forma mais efetiva. Muito obrigada e estamos sempre à disposição. Abs.

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