Volvo faz no Brasil a primeira entrega comercial de caminhões com tecnologia autônoma do mundo. Sete veículos já estão em operação na Usina Santa Terezinha, em Maringá (PR).
Volvo faz no Brasil a primeira entrega comercial de caminhões com tecnologia autônoma do mundo. Sete veículos já estão em operação na Usina Santa Terezinha, em Maringá (PR).

A Volvo fez a entrega comercial das primeiras unidades do modelo VM com tecnologia autônoma. O cliente é a Usina Santa Terezinha, que faz parte do Grupo Usaçucar, terceiro maior exportador de açúcar do Brasil, com cerca de 1,6 milhão de toneladas comercializadas em 20 países.

“Dissemos que esse seria o primeiro caminhão com tecnologia autônoma comercialmente viável do mercado. Agora provamos isso com a entrega de um lote de veículos já para a colheita de cana de açúcar de 2018”, afirma Wilson Lirmann, presidente do Grupo América Latina.

O veículo foi desenvolvido pela área de engenharia avançada no Brasil, com apoio da matriz na Suécia. Sem abrir mão do motorista, os veículos andarão sozinhos apenas quando estiverem em áreas restritas, sem trânsito, dentro das lavouras de cana de açúcar. A alta precisão de direção (2,5 cm) é o destaque na busca por reduzir perdas por pisoteio de mudas.

Produtividade

“Com a alta produtividade da tecnologia autônoma, os valores envolvidos são compensadores para o cliente desde a primeira safra”, afirma Bernardo Fedalto, diretor comercial de caminhões da Volvo.

“Estamos muito otimistas com essa nova tecnologia autônoma. Sem ela, a compactação de mudas impacta largamente na vida útil do canavial”, afirma Paulo Meneguetti, diretor financeiro e de suprimentos da Usaçucar.

A cada cinco safras potenciais de cana, uma é perdida por pisoteamento das mudas pelo caminhão durante a colheita. Com a precisão de direção do Volvo VM com tecnologia autônoma é possível zerar essa perda, aproveitando todo o potencial da lavoura. “Multiplicando isso pelos 350 mil hectares cultivados pelo grupo a redução de perdas será gigante”, diz Meneguetti.

O VM com tecnologia autônoma é equipado com um sistema que permite a operaç3-2-12092018-minão em modo autoguiado quando está dentro da lavoura de cana. Durante a colheita, o veículo é capaz de “visualizar” de forma virtual as linhas de plantação e seguir sozinho por elas, sem interferência direta do condutor. “A precisão de 2,5 cm é um número impossível de atingir por um motorista. Com isso, reduzimos as perdas por pisoteamento das mudas novas, um dos maiores problemas de produtividade de nosso cliente”, afirma Alan Holzmann, diretor de planejamento estratégico de produto da Volvo na América Latina.

Para conseguir isso, o caminhão tem um sistema de geolocalização que identifica com exatidão o caminho a ser seguido e aciona o sistema de direção. “Durante a colheita operamos 24 horas por dia, sete dias por semana. À noite, temos dificuldade adicional para evitar o pisoteio. Tudo será minimizado com o caminhão de tecnologia autônoma”, afirma Meneguetti.

A presença dos motoristas

A nova tecnologia não elimina o papel do motorista. Ele continua responsável por conduzir o veículo até as linhas de plantação e depois para o ponto de descarga, reiniciando um novo ciclo. “Esta tecnologia não foi concebida para eliminar o motorista. Ao contrário, o ajudará em seu trabalho, aumentando a precisão, a produtividade e a segurança”, assegura Holzmann. “Funciona como num avião comercial: o piloto continua responsável pelas decolagens e pousos, além de monitorar constantemente o voo, mesmo quando o piloto automático está ativado. O motorista continua acompanhando e cuidando de tudo, mesmo quando o sistema autônomo está conduzindo sozinho”, explica.

O Grupo Usaçucar pretende aumentar sua produção até 2020 para 19 milhões de toneladas de cana de açúcar processadas, cerca de 5% a mais que o volume atual. No mix de produção, a empresa faz 80% de açúcar e 20% de álcool.

O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de açúcar. Cálculos de especialistas do setor sucroalcooleiro indicam que o mundo vai consumir aproximadamente 200 milhões de toneladas de açúcar em cerca de cinco anos, 20 milhões de toneladas a mais que os volumes atuais de 180 milhões de toneladas.

Por: Redação Na Boléia

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